SIMPERE acusa vereador de ato racista após retirada de materiais antirracistas em escola do Recife 4e6l51

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De acordo com o sindicado, o parlamentar teria retirado uma bandeira com os dizeres “por uma educação antirracista” e cartazes de apoio à greve dos servidores

SIMPERE acusa vereador de ato racista após retirada de materiais antirracistas em escola do Recife

Foto: Reprodução/Instagram

Em resposta a uma ação polêmica, o Sindicato dos Profissionais de Educação do Recife (SIMPERE) divulgou uma nota nas redes sociais na qual denuncia o vereador Eduardo Moura (Novo) por supostamente praticar atos “racistas, autoritários e ilegais”. De acordo com o sindicado, o parlamentar teria retirado uma bandeira com os dizeres “por uma educação antirracista” e cartazes de apoio à greve dos servidores, durante uma fiscalização na Escola Municipal Anita Paes Barreto, no bairro do Fundão.

Durante a visita à unidade escolar, o vereador justificou sua ação ao afirmar que “é proibido ter propaganda de sindicato em escolas”. Em suas declarações, Moura criticou o que chamou de “politização das crianças”: “Eu não posso permitir que crianças tenham o a esse material. Escola não é lugar de política, é lugar de ensinar o certo”, Além disso, ele reforçou: “O sindicato não pode estar atuando em escola de criança”.

“Atos racista, autoritário e ilegal”, acusou o SIMPERE 1joj

Por outro lado, o SIMPERE repudiou veementemente o episódio, classificando-o como “racista, autoritário e ilegal”. Em contraste com a versão do parlamentar, o sindicato alegou que Moura “invadiu” a escola e “vandalizou” os materiais, vinculando a ação a uma estratégia ideológica inspirada no projeto “Escola Sem Partido”. Conforme destacado na nota, a iniciativa do vereador seria parte de uma tentativa de “eliminar o debate político, social e racial dos espaços de ensino”.

Enquanto o sindicato defende a educação como ato politico, a entidade ressaltou que sua atuação é respaldada na Lei nº 10.639/2003, que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira, assim como pela Constituição Federal, que garante a liberdade sindical. Ao mesmo tempo, o SIMPERE cobrou do vereador foco em pautas como o cumprimento do piso salarial e a garantia de condições de trabalho em vez, segundo a nota, “intimidar profissionais”.

Enquanto isso, Eduardo Moura manteve sua posição de que escolas devem ser ambientes “livres de influências político-ideológicas”, embora não tenha comentado diretamente as acusações de racismo, até a finalização dessa matéria. Por fim, o sindicato encerrou a nota com um alerta: “Racistas e fascistas não arão!”, reacendendo o debate sobre o papel das escolas na promoção de discussões raciais e sociais.