Documentário marca 20 anos do grupo percussivo Batadoní

Projeto reúne entrevistas, imagens de arquivo e elementos de animação, percorrendo memórias do grupo

Documentário marca 20 anos do grupo percussivo Batadoní

Documentário marca 20 anos do grupo percussivo Batadoní. Foto: Divulgação

No próximo dia 1º de junho, às 16h, o Teatro Fernando Santa Cruz, no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, recebe a pré-estreia do documentário Tambor Louvado por Todos, que conta a trajetória do grupo percussivo Batadoní e resgata a importância da valorização dos grupos e brinquedos populares para a cultura pernambucana.

O filme é dirigido por Sara Brito, pesquisadora e realizadora em comunicação e audiovisual, e também integrante do grupo. A sessão é gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes no local, e será seguida por debate com a equipe do filme.

A obra é um retrato íntimo e de valorização dos 20 anos de trajetória do Batadoní, nascido do encontros de amigos e da convivência com mestres da cultura popular de tradição e dos tambores cubanos, o grupo construiu ao longo de duas décadas uma presença constante e autônoma no território urbano, ocupando espaços públicos para suas atividades, se movimentando com a cidade, mas também interiorizando sua presença, com vivências em outros municípios do estado.

“Registrar a memória de grupos como o Batadoní é um movimento estratégico de resistência e sobrevivência. É uma forma de dizer: estamos aqui, existimos, deixamos marcas e vamos continuar. Construir essa memória do que já ou é importante para o que vem, porque as pessoas são ageiras mas o grupo pode permanecer. Isso fortalece os coletivos, contribui para que sejam vistos e lembrados, e mostra como eles seguem atuando apesar da invisibilidade institucional”, afirma a diretora Sara Brito.

O documentário, que reúne entrevistas, imagens de arquivo e elementos de animação, percorre memórias do grupo, desde as primeiras tocadas informais ao surgimento do Festival Segura o Bode e do Batadoninho, atividade específica para crianças, da aliança com o Maracatu Nação Leão Coroado ao impacto da pandemia, ando pela conquista da gravação de seu primeiro álbum.

Para Vanessa Lorega, integrante do grupo, a força do Batadoní vem do coletivo. “O Batadoní é um espaço de construção coletiva, onde a gente aprende não só a tocar, mas a conviver, a decidir junto, a se respeitar. A gente não tem patrocínio, não tem salário, mas tem pertencimento, tem identidade. Registrar essa história é mostrar que a cultura popular é viva, é organizada, e é feita por nós, com o que temos”, destaca.

O documentário Tambor Louvado por Todos não é apenas uma celebração da trajetória do Batadoní, mas também uma convocação para que os grupos e brinquedos populares possam ter reconhecimento, apoios e valorização pelo que são: cultura viva, feita a muitas mãos, a muitas vozes e que segue batendo no como da coletividade.

“Produzir de forma independente ainda é muito difícil. Há muitas ideias, muitos coletivos produzindo cultura com potência, mas os recursos são escassos. A gente precisa falar sobre remuneração digna para quem trabalha com audiovisual, com cultura, sobretudo em projetos que partem de dentro dos próprios grupos, como é o nosso caso”, reforça Sara Brito.

O filme é um projeto de realização do Batadoní, foi contemplado nos Editais da Lei Paulo Gustavo Pernambuco e tem apoio financeiro do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura do Estado via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

A noite de pré-estreia conta com o apoio do Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Serviço

Pré-estreia do documentário Tambor Louvado por Todos

1º de junho | A partir das 16h (retirada de ingressos gratuitos a partir das 15h no local)

Teatro Fernando Santa Cruz, Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, Largo do Varadouro, S/N, Varadouro, Olinda – PE

Entrada gratuita aberta ao público

*Da assessoria