Ambulante baleado por delegado em Fernando de Noronha recebe alta após 18 dias de internação 641t39

O ambulante Emmanuel Pedro Apory, de 26 anos, recebeu alta hospitalar nessa quinta-feira (22), após 18 dias de internação. Ele foi o jovem baleado, no último dia 5 de maio, pelo delegado Luiz Alberto Braga, durante uma discussão em uma festa de samba no Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha. O crime gerou revolta e protestos entre os moradores da ilha. Por causa da gravidade do ferimento à bala, Emmanuel precisou amputar a perna, na última semana.

A informação sobre a alta foi confirmada pelo advogado Anderson Flexa, que representa a vítima, através das redes sociais.

“É com muita alegria que informamos que Emmanuel teve alta médica. Entramos numa nova e emocionante fase: a de reaprender a viver. Cada dia será um novo o, um pequeno recomeço enquanto damos novamente os primeiros os dessa nova vida. Sabemos que os limites físicos existem, mas nossos sonhos são ilimitados”, declarou o advogado em publicação no Instagram.

Emmanuel Apory estava internado no Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife, e ou por cirurgias. Ele permanecerá na capital para dar continuidade ao tratamento. Já o delegado Luiz Alberto Braga permanece afastado das atividades por 120 dias. O prazo pode sofrer prorrogação, por igual período, para a continuidade das investigações.

Relembre o caso

O caso aconteceu no dia 5 de maio, após uma briga que teria sido motivada por ciúmes. O delegado Luiz Alberto estava na mesma festa de samba que Apory, acompanhado de uma mulher. O policial acusou o ambulante de ter assediado sua acompanhante. Uma câmera de segurança mostrou o momento em que o delegado abordou Emmanuel e deu um tapa na vítima. Quando o jovem revida, o policial atira. Emmanuel tenta fugir, mas perde as forças para andar após ser atingido.

Inicialmente, Emmanuel recebeu atendimento no Hospital São Lucas, em Fernando de Noronha. Em seguida, foi transferido, de avião, para o Hospital da Restauração, no Recife, onde permaneceu até a quinta-feira (22). A Polícia Civil de Pernambuco (PC-PE) investiga o caso por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O delegado se tornou alvo de um processo istrativo disciplinar especial, da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). Ele também foi afastado do cargo por 120 dias e teve suas armas e identificação funcional recolhidas. Além do processo disciplinar, Luiz Alberto também responderá civilmente.