No Encontro, jovem baleado por delegado em Fernando de Noronha relata abordagem do agressor 5t5726
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Emmanuel Pedro, de 26 anos, acredita que estava sendo observado pelo delegado Luiz Alberto Braga durante a festa onde a agressão aconteceu
maio 27, 2025 - 11:24 am

O jovem Emmanuel Pedro Apory, de 26 anos, concedeu uma entrevista ao programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, na manhã desta terça-feira (27). Emmanuel foi o ambulante baleado, no último dia 5 de maio, pelo delegado Luiz Alberto Braga, durante uma discussão em uma festa de samba no Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha. Por causa da agressão à bala, a vítima teve a perna amputada e ainda não pôde retornar ao arquipélago, pois a por tratamento no Recife.
Durante a agem ao vivo, Emmanuel relembrou os momentos de tensão e medo que ou durante a abordagem do delegado. O jovem acredita ter sido observado e seguido pelo policial civil, que o abordou, de surpresa, no momento em que ele saía do banheiro da festa. Ele acredita que o delegado o abordou por ciúmes da companheira.
“Disse ao meu amigo que ia ao banheiro. No vídeo, vi que o delegado estava próximo a mim. Não sei se ele ouviu e resolveu sair primeiro. […] Eu estava bem tranquilo, saindo do banheiro e ia caminhando para casa. Aí, sinto que alguém a do meu lado, me vira e me empurra na árvore. Pergunto ‘o que eu fiz?’, sem saber quem é. Ele me vira e eu percebo que é a pessoa que tava com a Thamires”, contou Emmanuel à apresentadora Patrícia Poeta.
A vítima alega que não conhecia o delegado e que, em nenhum momento, Luiz Alberto se apresentou como um policial. “Eu perguntei a ele: ‘o que eu te fiz, brother?’, por três vezes, e ele me perguntou de volta: ‘você tá me tirando?’. Senti que ele queria me levar para o banheiro, mas não deixei, porque lá dentro não tem câmeras”, continuou.
A versão do delegado 3z5w59
A equipe do Encontro tentou entrar em contato com o delegado Luiz Alberto, mas ele não quis se pronunciar sobre o assunto. Na versão contada à polícia, o agente alegou que a namorada, Thamires, foi assediada por Emmanuel. Logo, a abordagem, a discussão e a agressão teriam se desencadeado a partir da reação do jovem ao ser confrontado sobre o suposto assédio. Ou seja, uma ação em legítima defesa.
Emmanuel nega. Segundo o jovem, ele e a namorada do delegado frequentam a mesma academia e se conheceram no dia 4 de maio, um sábado, dia anterior ao episódio de violência. A mulher é nutricionista e ofereceu os serviços ao rapaz.
“Em momento nenhum eu assediei ela. Eu a conheci na academia. Ela me pediu ajuda e eu a ajudei a montar um equipamento que ela não sabia usar direito. A gente conversou, como duas pessoas normais. Ela falou do trabalho dela, perguntou se eu tinha interesse em ter uma nutricionista e eu falei que sim. Isso no sábado, nosso primeiro contato. No domingo eu fui pro Forte com uns amigos, vi que ela estava acompanhada e por isso não falei nada, me afastei”, acrescentou Emmanuel.
Recuperação 1c6t6q
Apory recebeu alta no dia 22 e segue no Recife para a realização do tratamento inicial. Desde que o crime aconteceu, há 22 dias, ele não retorna a Fernando de Noronha, onde mora e trabalha. “Tudo está sendo difícil. Foi difícil a aceitação do que aconteceu, de eu ter pedido a perna. Difícil eu, que sou uma pessoa ativa, ficar incapaz, numa cama, precisando de ajuda para tudo, para tomar um banho, para comer. Não é tão [fisicamente] doloroso, mas psicologicamente falando, abala”, desabafou.
Entre as principais preocupações do jovem, está o trabalho. Ele trabalhava, das 7h às 19h, em uma praia de Fernando de Noronha, como barraqueiro. Um serviço pesado e que exige bom condicionamento físico para carregar peso e correr na areia da praia diariamente. Outra preocupação do ambulante é a compra da prótese, que chega a custar R$ 400 mil.
“Eu tenho um amigo que trabalha comigo e ele que está lá, tomando conta. É um trabalho pesado e árduo. O terreno é areia de praia, então, para mim, andar será complicado. Não consigo imaginar como será quando eu chegar na ilha. A gente começou a pesquisar a prótese, é uma coisa muito cara. É um sonho, na verdade, mas um sonho distante”, finalizou.
Ajuda para Emmanuel 6v4m17
Emmanuel e a família abriram uma Vakinha para arrecadar fundos que serão destinados à recuperação e tratamento do jovem. O objetivo, além de custear o tratamento médico e fisioterapêutico, é comprar uma prótese de perna. É possível colaborar, doando qualquer valor, através do Pix ou do site oficial da Vakinha “Ajuda para Emmanuel” (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-para-emmanuel).
Para quem optar por fazer a doação pelo Pix, a chave é [email protected]. “5515872” é o ID (código de identificação) da Vakinha. O beneficiário da transação aparecerá apenas como “VAKINHA”, com letras maiúsculas.