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Promotoria de Justiça alega que moradores da região das Ilhas do Combate pleiteiam pelo fornecimento de energia elétrica há mais de 10 anos, mas são ignorados pela concessionária

MPPE recomenda que Neoenergia expanda rede elétrica em área ribeirinha de Petrolina

Promotoria de Justiça intermediou reuniões entre moradores e a Neoenergia. Foto: Divulgação/MPPE

A Neoenergia tem até 15 dias para apresentar ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) um plano de ação e cronograma executivo para implantação da rede elétrica das Ilhas do Combate e regiões adjacentes em Petrolina, no Sertão pernambucano. A localidade contempla um conjunto de ilhas no Vale do São Francisco, com populações ribeirinhas em áreas remotas e de difícil o. O prazo foi estipulado em uma recomendação da 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidade de Petrolina. Segundo o documento, há mais de dez anos, moradores das ilhas pleiteiam pelo fornecimento de energia elétrica.

O plano deverá incluir obras, obtenção de licenças e articulação com proprietários de áreas afetadas, com a previsão de cada etapa necessária. Ainda conforme a publicação, a concessionária deverá apresentar justificativa técnica, jurídica e istrativa para cada pendência atual, identificando possíveis imes e soluções. Caso algum proprietário se recuse, sem justificativa, a permitir a agem da rede elétrica, a Neoenergia deverá adotar as medidas jurídicas cabíveis ou buscar a desapropriação por utilidade pública.

Denúncias contra a Neoenergia 6r1537

Desde 2022, tramita na Promotoria um procedimento sobre o tema, após o recebimento de uma denúncia dos moradores da localidade contra a Neoenergia. Segundo relatado por eles, desde 2014 a concessionária se recusa a fornecer energia elétrica sob o pretexto de obstáculos istrativos, ambientais e fundiários. Ao longo desse tempo, aconteceram diversas reuniões entre a Promotoria de Justiça, a Neoenergia e demais órgãos.

Embora tenha se comprometido em diversas ocasiões, a concessionária reiteradamente descumpriu prazos e não avançou efetivamente na instalação da rede elétrica.

“Não obstante os reiterados esforços do Ministério Público, a tramitação do procedimento istrativo perdura por mais de três anos sem a concretização do serviço essencial de fornecimento de energia elétrica, situação que configura violação manifesta a direitos fundamentais da população local, afetando saúde, segurança, educação e dignidade humana, e perpetuando desigualdade estrutural e negligência institucional”, pontuou a Promotora de Justiça Ana Paula Nunes Cardoso, no texto da publicação.

Governo Estadual também é alvo da recomendação 395e2i

A recomendação também foi direcionada à Agência Estadual de Meio Ambiente (RH), que deverá apresentar, em até 10 dias úteis, relatório técnico consolidado com manifestação conclusiva sobre os pedidos de Licença Simplificada e Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), detalhando pendências e exigências remanescentes. A RH deverá, ainda, articular com a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) a apreciação célere e concomitante dos pedidos de Consulta Prévia dos moradores.

A AMMA será responsável por identificar as áreas para compensação ambiental mínima exigida, com a indicação precisa de coordenadas e elaboração de plano simplificado de recuperação ambiental. Além disso, deverá informar, em até cinco dias úteis, sobre os protocolos já recebidos, pendências e providências adotadas quanto aos pedidos relacionados à compensação e a ASV.

Já a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Sustentabilidade de Petrolina (SEDURBHS) deverá fornecer, em até 10 dias úteis, manifestação técnica conclusiva sobre a emissão das anuências de uso do solo pendentes, e promover os ajustes necessários à categoria “Licença de Construção”, já protocolada pela Neoenergia.

Em nota, a A Neoenergia Pernambuco informou “que o projeto elétrico para instalação da rede de distribuição que atenderá a Ilha do Combate, em Petrolina, está concluído. O processo se encontra em fase final de negociação com um dos proprietários da localidade para autorização de implantação de postes e, consequentemente, execução da obra”.